quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Plano de aula sobre Guerra Fria


PLANO DE AULA
Nome: Lucineia Moreira de Souza
Indicação: 8ª série
Assunto: Guerra Fria
Objetivos:
  • Contextualizar a Guerra Fria entre as superpotências EUA e URSS, bem como perceber os impasses que levaram ao conflito;
  • Conhecer as etapas da Guerra Fria, relacionando os avanços dos EUA e recuos da URSS.
  • Discutir o fim do conflito e suas consequências, na tentativa de mostrar as mudanças que ocorreram no mundo ocidental..
INTRODUÇÃO:

No início da aula, será conversado sobre o assunto tratado nas aulas anteriores ( Segunda Guerra Mundial), para que a partir disso, se possa expôr os objetivos para a aula.
Assim, os alunos assistirão um documentário sobre a guerra fria, que trata em termos gerais o que foi o conflito entre EUA e URSS pós Segunda Guerra Mundial. Após o documentário, será feito a leitura das imagens contidas no livro didático, a fim de situar os alunos no conteúdo programático para o série em que estão, e principalmente, para usar o livro didático como recurso didático para a explanação da aula sobre a Guerra Fria.
DESENVOLVIMENTO:
Após os questionamentos e comentários feitos a partir do documentário e das imagens sobre a Guerra Fria, começaremos a explanação da aula, sobre o referido assunto acima supracitado.
Na explicação sobre a Guerra Fria tentarei explorar os seguintes itens:
  • A situação econômica, política e social dos países europeus, dos EUA e da URSS após término Segunda Guerra Mundial;
  • Os impasses que levaram a Guerra fria, bem como as etapas desse conflito entre EUA e URSS;
  • As mudanças e as consequências no mundo ocidental a partir do fim da Guerra Fria.
A partir do texto seguinte será feito a explanação da aula:
Guerra Fria
A União Soviética sai fortalecida politicamente da II Guerra Mundial, mas bastante atingida no plano interno: cerca de vinte milhões de vítimas humanas, mais de quinze grandes cidades destruídas, seis milhões de prédios arrasados, deixando vinte e cinco milhões de pessoas desabrigadas, trinta e um mil e oitocentos e cinquenta empresas industriais desapareceram, as forças armadas foram reduzidas em 75 % em razão das baixas sofridas durante a guerra. Com o fim da guerra, para iniciar a reconstrução, houve uma desmobilização de oito milhões e meio de soldados entre 1945 e 1947, quando o Exército Vermelho chegou a um contingente inferior a três milhões. Como fazer crer que este país estava prestes a invadir a Europa e conquistar o resto do mundo?
Os Estados Unidos saem da guerra numa situação bastante diferente. A produção industrial aumentou duas vezes e meia durante o conflito em razão das encomendas de guerra, sua produção industrial representava 60 % da produção mundial, para lá seguia a terça parte das exportações mundiais e 70 % das reservas de ouro dos países capitalistas. Além disso, tinham estabelecido o dólar como moeda internacional no mundo capitalista, fundado o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial na Conferência de Bretton Woods, em 1944. Não seria este o país com mais chances de se constituir numa ameaça à soberania nacional dos demais?
Como se sabe, a luta ideológica se trava num prazo longo, portanto medidas urgentes se faziam necessárias. Duas começam a ser articuladas em 1947: a chamada Doutrina Truman e o Plano Marshall. Motivado pelo pedido de ajuda que o governo britânico faz aos Estados Unidos, de que passassem a financiar os governos grego e turco, o presidente Harry Truman enviou mensagem ao Congresso americano justificando a intervenção americana onde houvesse conflitos sociais que ameaçassem o capitalismo: "os povos livres do mundo olham para nós esperando apoio na manutenção de sua liberdade". A Doutrina Truman tinha como base a idéia da contenção do comunismo, defendida por George Kennan, responsável pelos negócios americanos em Moscou. Kennan apresentava a União Soviética como inimigo inconciliável e pregava a construção de "poderosos diques em torno da torrente russa", traduzidos em programas de ajuda militar e não-militar.
O Plano Marshal começou a ser articulado no mesmo ano pelo secretário de Estado americano George Marshall. Tinha como objetivo oferecer empréstimos em dólar aos países europeus (inclusive à União Soviética) e desta forma, integrá-los à órbita capitalista, abrindo espaço nestas economias para investimentos americanos. As condições impostas não são aceitas pela União Soviética. Na Tchecoeslováquia a recusa do Plano provoca o afastamento dos liberais, levando os comunistas ao controle do poder, com o apoio de um proletariado bem armado e organizado.
Além das definições nos planos político (Doutrina Truman) e econômico (Plano Marshal), a atuação no campo ideológico se impõe. Como ainda havia uma forte opinião pública contra o fascismo e pela paz, era preciso combatê-la, brandindo as armas da "ameaça soviética" e da defesa do "mundo livre". O anticomunismo é retomado como expressão desse embate e os comunistas e a União Soviética são eleitos como ameaça a tais valores. A partir dos Estados Unidos, inicia-se a "caça às bruxas", visando eliminar a presença de comunistas ou esquerdistas em geral do campo da atuação artística e cultural.
A Guerra Fria, considerando que teve início com o lançamento das bombas atômicas sobre o Japão, passou por dois períodos de distensão e dois momentos de intensificação do conflito. As fases de distensão são o desdobramento do liberalismo rooseveltiano de 1945 a 1947 e o período iniciado com a morte de Stalin em 1953 até 1957, ano de lançamento pela União Soviética do Sputnik, primeiro satélite artificial lançado ao espaço, expressão de certa dianteira das economias socialistas frente ao capitalismo. Os pontos culminantes no conflito são a fase que começa em 1948 com a tomada do poder na Tchecoslováquia pelos comunistas, passando pela Guerra da Coréia (1950-1953) até 1957 e, por fim, os anos marcados pela vitória da revolução cubana em 1959, passando pela crise dos mísseis em 1962, até o estabelecimento da "linha quente" em 1963, quando Estados Unidos e União Soviética assinam acordo de redução dos testes nucleares e estabelecem uma linha telefônica direta para solução de possíveis crises.
Na década de 80, com a ascensão de Reagan ao governo americano e a prolongada estagnação da economia soviética, fala-se em uma "nova guerra fria", que se encerra não mais numa situação de certo equilíbrio, mas com a desintegração da União Soviética, o fim do bloco socialismo, com a queda do muro de Berlim, em 1989. Segundo Vizentini (2000, p. ):
A Guerra Fria não pode ser reduzida à sua aparência de conflito entre EUA e URSS. Esta imagem é apenas parte do processo e diz respeito ao imediato pós-guerra […]. A Revolução Soviética criara uma base industrial autônoma, capaz de permitir-lhe independência de ação e de fornecer recursos econômicos e militares às revoluções e ao nacionalismo na periferia. Daí a necessidade de conter não uma existente “exportação da revolução”, mas o apoio da URSS às revoluções e rivalidades espontaneamente surgidas no Terceiro Mundo[...] O desenvolvimento nuclear, que constitui apenas um dos resultados da corrida armamentista, serviu para dar coesão aos “blocos” e regular o conflito entre eles. Assim, o fim da Guerra Fria tornou o mundo mais instável, conflitivo e imprevisível, mas ao mesmo tempo descongelou a História mundial.
METODOLOGIA
A aula ocorrerá de forma expositiva, levando em conta a participação dos alunos sobre o assunto, terá como material de apoio o livro didático, sendo este utilizado para os comentários durante a aula e levantamento de indagações. Farei uso do Mapa Mundi para situar os países europeus que travaram o conflito conhecido como guerra fria, na tentativa de mostrar aos alunos os territórios disputados, as regiões ocupadas pelo exército russo como também os ataques dos EUA, etc. Inicialmente será trabalhado um documentário sobre a guerra fria, com a finalidade de introduzir o assunto, após será feito uma leitura visual das imagens contidas no livro didático, justamente para os alunos situarem o assunto no livro e poderem acompanhar a explanação da aula.
CONCLUSÃO:
Para concluir a aula os alunos deverão se dividir em duplas. Essas por sua vez, produzirão questionamentos que serão expostos a turma. Na exposição cada dupla, terá que responder um questionamento das outras duplas. Serão utilizados textos de apoio, sendo os mesmos diferenciados para as duplas. Assim, cada aluno pode expor suas indagações e ao mesmo tempo colaborar com os colegas na aprendizagem.
RECURSOS DIDÁTICOS:

Para o desenvolvimento da aula será utilizado os seguintes materiais: giz,quadro-negro, textos impressos, mapa mundi, documentário, tv pendrive.
REFERÊNCIAS:
FERRO, M. O século XX explicado aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
DIVALTE, G.F. História. São Paulo: Ática, 2002.


MODERNA, Editora (org.). Projeto Araribá: história. São paulo: Moderna,

2006.


VIZENTINI, P. G. F. A guerra fria.In: REIS FILHO, D.A et al (orgs.). O século

XX: tempo das crises (revoluções, fascismos e guerras). Rio de Janeiro: 

Civilização Brasileira, 200o.